CACHOEIRA S/A : Coluna de Carlos Dreyer
- Redação AN
- 24 de mai. de 2020
- 4 min de leitura
Sim, o momento é de dificuldades, falta dinheiro e ânimo, mas dá para piorar, como tive provas nesta semana. Solicitei orçamentos para oito lojas de Cachoeira, por telefone, e pedi que enviassem pelo WhatsApp. Quanto menos gente na rua melhor, você sabe. Pois bem: apenas duas enviaram naquela tarde e uma levou dois dias. Na única loja de fora consultada, o vendedor fotografou a tela do computador! Em uma das lojas o telefone estava sempre ocupado, tive que buscar o número do celular na página do Facebook! Ou seja, a falta de consideração com o consumidor é a regra, e as exceções a confirmam.
Numa época dessas, onde cada centavo conta, não é admissível a falta de preparo das lojas. O cliente deveria ser tratado como rei e não é o que está acontecendo. A maioria dos orçamentos veio apenas com os preços dos produtos, sem apresentar condições de pagamento, descontos e outras facilidades. A venda remota não está na mira dos lojistas, o que é espantoso. Há poucos dias as lojas estavam fechadas e esta era a única forma de vender, mas parece que não aprendemos nada.
Cada vez mais, o consumidor vai buscar alternativas para comprar remotamente, seja por falta de tempo, disposição para ir a várias lojas ou cuidado com a saúde. A internet está aí para satisfazer as necessidades, com evidentes custos menores e podendo repassar essa economia nos preços. Claro que a logística de entrega dos produtos ainda é ruim, se depender dos Correios é preciso muita paciência, mas logo isso será resolvido, e aí?
Uns mais, outros menos, os lojistas investem em treinamento, mas o resultado não é bom. Um palestrante diz que isso deve ser feito diariamente, não uma vez por mês ou por semestre. Igual uma mãe que manda o filho pequeno escovar os dentes todas as noites. Todas! E depois confere o hálito, para ver se a criança não fez de conta... Desculpe se comparo vendedores à crianças, mas em muitos casos há mesmo um componente infantil nesta história – apenas livrar-se do problema, fazer por fazer. Não é assim que vamos vencer essa guerra contra os vírus, entre eles o digital.
Até abastecer mudou
Os revendedores gaúchos de combustíveis, nessa fase da pandemia de coronavírus, podem ver o copo meio cheio ou meio vazio. Se por um lado as vendas estão crescendo gradualmente, por outro os agentes desse setor admitem que o patamar de antes da propagação do vírus irá demorar para ser alcançado. De acordo com o Jornal do Comércio, a estimativa do presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, é que a comercialização fique a cerca de 80% do que era.
O dirigente ressalta que o aumento do consumo ainda depende da abertura do comércio e de outras atividades como as escolares. No entanto, ele enfatiza que mudanças de hábitos do consumidor e a crise econômica afetarão o desempenho do segmento. Dal’Aqua informa que nas últimas semanas de abril e nos primeiros dias de maio foi verificado no Estado uma queda de 23% no consumo da gasolina, 13% no diesel e 61% no etanol, em relação ao mesmo período do ano passado.
“O cliente vai valorizar cada vez mais o seu dinheiro e vai querer o retorno do serviço”, adverte. Esse panorama afeta a margem dos revendedores que, segundo o dirigente, vem caindo e está atualmente na ordem de 10%. O diretor da Rede Buffon, Ildo Buffon, também acredita que a volta do consumo de combustíveis não se dará nos mesmos níveis pré-pandemia. Ele diz que será necessário compreender o novo perfil do consumidor e qual volume de combustível que esse motorista passará a utilizar. O executivo frisa que muitas atividades sofreram mudanças como, por exemplo, o maior uso do home office e isso implicará reflexos para os revendedores. “As pessoas que passavam na frente do posto todo dia, não vão passar mais”, ressalta.
RÁPIDAS S/A
- Alguém sabe por que em Cachoeira do Sul bares e restaurantes não podem colocar mesas na rua? Do lado de fora a circulação de ar diminui o risco de contaminação, então não é isso. Difícil acreditar que seja só proibir por proibir.
- Além de erguer prédios em várias cidades, a cachoeirense DM Construções também produz postes padrão RGE, monofásico, bifásico e trifásico, com entrega e instalação, parcelando no cartão.
- A Lojas Havan, conhecida por eletrodomésticos e itens para a casa, começou a vender alimentos. “Queremos ser o Carrefour”, disse Luciano Hang à Exame. Adaptação é a palavra-chave.
- Desde o início da pandemia, o Walmart contratou 235.000 novos funcionários para dar conta do aumento da demanda.
- Viveiro Cultural merece parabéns pela mensagem via WhatsApp: “Gostaríamos de oferecer um serviço muito legal, que é enviar sugestões de lançamentos de livros ou presentes para você”.
- Ensino superior privadofoi muito afetado pelo coronavírus. A consultoria Atmã Educar estima que, das 625 mil matrículas da temporada de meio de ano previstas para 2020, apenas 180 mil se concretizem.
- Veio a chuva e renova-se a esperança em produtores rurais, que não tinham mais água para o gado beber. Próxima safra também depende de boas precipitações.
Boa sorte a todos.

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