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A Missy Errada: Coluna de Patrick Lima Prade

  • Redação AN
  • 24 de mai. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualmente vários filmes e séries sofrem duras críticas por qualquer motivo. Basta alguma cena ou frase e logo o filme é ‘boicotado’ por homofobia, xenofobia, racismo, e outros tipos de preconceitos. O público esquece que o cinema é ficção, mas retrata a realidade de nossa sociedade. Sim, o preconceito existe em todos os lugares e seria estranho se o cinema não retratasse isso. A situação se complica ainda mais quando o assunto é fazer um filme de comédia cuja principal atração é os defeitos e excentricidades de uma jovem, como se vê em A Missy Errada (The Wrong Missy), nova comédia da Netflix e da produtora de Adam Sandler. Adorado por uns, odiado por outros, o filme logo ficou entre os Tops 10 do serviço de streaming e foi muito comentado na internet. Eu particularmente evito assistir comédias, não é mesmo meu gênero favorito, mas resolvi dar uma espiada em A Missy Errada e me surpreendi gargalhando como há muito não fazia em um filme. As comédias atualmente baseiam-se em piadas escatológicas, apelação sexual e personagens caricatos demais, falta muito a naturalidade dos personagens que víamos em comédias clássicas como Corra Que a Polícia Vem Aí (1988-1991) e Apertem Os Cintos, o Piloto Sumiu! (1980-1982). Mas mesmo com todos esses ingredientes clichês e ter atuações bem exageradas, A Missy Errada faz a gente rir das situações e principalmente das ações de Missy, interpretada por Lauren Lapkus (Jurassic World, 2015 e Holmes & Watson, 2018). É nesse ponto que o filme causou certa polêmica. As piadas não são pra todos os gostos e evidentemente Missy tem algum problema psicológico, mas quando se vai assistir uma comédia você tem que estar preparado para esse tipo de coisa. A função de uma comédia é fazer rir, e mesmo que rir das atitudes de alguém não seja a coisa mais certa, o filme foi feito pra divertir e não para dar lição de moral, e é preciso ter bom senso de separar as coisas.

O Começo

Deixando de lado o politicamente correto e o ‘mimimi’ das redes sociais, o filme é uma experiência divertida e que passa tão rápido que você torce para que logo façam uma continuação. Na abertura do filme vemos Tim Morris (James Spade, de Joe Sujo, 2001) indo á um encontro ás escuras organizado pela sua avó em um bar, onde conhece Missy, uma jovem um pouco diferente do que ele imaginava. Um pouco excêntrica e falante, a moça assusta Tim, que tenta fugir e esquecer aquela noite. Meses se passam sem eles se comunicarem novamente, e Tim está no aeroporto quando tem sua bagagem trocada em um esbarrão com uma linda mulher, Melissa (Molly Sims, de Sim Senhor, 2008), cujo apelido é Missy. Os dois perdem o vôo e ficam horas conversando até um clima pintar entre eles, e antes de pegarem seus vôos resolvem trocam os números de telefone. Tim está deslumbrado pela beleza e inteligência de Melissa e resolve convidá-la para passar um fim de semana no Havaí, em um retiro de sua empresa para a confraternização dos funcionários e escolha de um novo gerente. Ele envia a mensagem, mas como é de se esperar, a mensagem é enviada para a Missy errada, aquela do encontro desastroso. Tim não se dá por conta do erro até estar no avião e ver a Missy maluca entrando aos gritos e risadas de felicidade por Tim ter procurado ela. Ele até tenta explicar o erro, mas o estrago já está feito e o avião parte para o Havaí.

Problemas e Mais Problemas

Inicialmente Tim tenta esconder Missy dos colegas e chefe, pois havia mostrado a foto da bela Melissa, que seria sua acompanhante. Mas Missy se mostra independente e obstinada e logo já está no meio de todos os colegas de Tim e do pessoal do hotel. Ela conquista muita gente com seu jeito divertido de viver á vida, outros ela assusta, já Tim fica com vergonha. É difícil controlar Missy e quanto mais ele tenta, mais piora a situação. Em outro mal entendido, Missy deixa Tim em maus lençóis com seu chefe Jack Winstone (Geoff Pierson, da série Dexter. 2006-2013) e a preferência para a gerência parece estar perdida, assim como o seu emprego. Missy sente-se culpada e resolve tentar ajudar, e mais confusão se instala entre o pessoal, entre eles a ex-noiva de Tim e seu novo namorado. Jess (Jackie Sandler, de Nosso Último Verão, 2019), concorrente pela gerência com Tim, resolve dar uma mãozinha para piorar a situação do rival, e descobrindo o mal entendido sobre Missy e Melissa, ela resolve ligar para Melissa e convidá-la para vir ao hotel no Havaí. Enquanto isso Missy lê as conversas entre Melissa e Tim, e descobre o que o homem que ela está apaixonada realmente pensa á seu respeito. Depois disso o filme caminha para o seu final, que não vou revelar aqui, lógico.

Informações

A Missy Errada é uma comédia engraçada, embora esteja longe de ser uma das melhores comédias do cinema. Como dito, as piadas são clichês e as atuações exageradas, mas dá pra assistir com toda a tranqüilidade do mundo. A direção é do jovem Tyler Spindel (Pai Do Ano, 2018). Lauren Lapkus e James Spade formaram uma ótima dupla principal e até Jackie Sandler, mulher de Adam Sandler, está ótima nesse filme. Um dos pontos negativos é a insistência da produtora Happy Madison, de Adam Sandler, em colocar Rob Schneider (Gente Grande, 2010) em todos os seus filmes. Rob Schneider é completamente sem graça e seus papéis são forçados demais. Tudo bem que ele fez ótimas comédias no passado, como Garota Veneno (2001) e Gigolô Por Acidente (1999), mas ele deu sorte de que os filmes foram bons, não ele. Quem assistir A Missy Errada vai ver ele em uma participação desnecessária como o capitão do barco fazendo piadas sem graça sobre maconha e pentelhos, e é impossível não pensar que ele só está ali por ser amigo de Adam Sandler, que costuma reunir seus amigos em praticamente todas suas produções. A Happy Madison é especialista em comédias e é conhecida como o Universo Cinematográfico de Adam Sandler. Eu particularmente não curto nem ele, nem Rob Schneider, talvez por isso meu desagrado e peço desculpas á quem gosta e acham eles engraçados.

Nesse A Missy Errada, eles acertaram em não tentar forçar demais as situações como é costume da produtora. Como foi dito, o filme é carregado nas costas pelas ações de Missy e a mensagem final do filme é bem interessante e verdadeira, sobre deixarmos de ser nós mesmo, de ser verdadeiros e perder nossas oportunidades de diversão justamente por medo do que os outros vão pensar. Missy exagera, mas ela se diverte e encanta muita gente com sua alegria, enquanto Tim está preocupado demais com a imagem e não aproveitou quase nada da viagem. Mas por sorte ele se dá conta do que está fazendo com sua vida e tenta consertar. Que todos nós consigamos reconhecer nossos erros e auto-sabotagens e tenhamos tempo de consertar também, e assim viver plenamente á vida, se divertindo com pequenas coisas e sendo mais autênticos, como a Missy errada mostrou que é certo.

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