Carlos Dreyer
- Magaiver Dias
- 2 de mai. de 2020
- 4 min de leitura
CACHOEIRA S/A
Por Carlos Dreyer – carlosedreyer@hotmail.com
"Não é o mais forte que sobreviverá, nem o mais inteligente. Quem sobreviverá é o mais disposto à mudança”.
Charles Darwin (1809-1882)
Nossa maior riqueza
Os primeiros habitantes de Cachoeira do Sul já sabiam, o Jacuí é o maior tesouro desta terra. Ele nos deu um protagonismo regional que atraiu empreendedores, brotando grandes indústrias, cooperativas, um forte comércio, polos de ensino e de saúde. O porto da Rua Moron foi o diferencial econômico durante muito tempo, junto com o transporte ferroviário, até que o Brasil apostou nos caminhões e deu nisso que está aí.
Nosso rio atraiu portugueses, indígenas, alemães, italianos e povos do Oriente Médio, além da mão de obra escrava africana (até ingleses para a charqueada do Paredão!), formando uma população com diferentes culturas, crenças e costumes. O resultado parece bom, pois há cachoeirenses bem sucedidos em todas as partes do mundo.
Poderíamos aproveitar melhor o nosso maior bem? Claro que sim! Basta ver como outros lugares investem em uma orla produtiva, atraindo visitantes e oferecendo lazer barato aos próprios cidadãos.
Já usar a hidrovia é mais complicado. Governos e investidores dizem: sem cargas não há dinheiro para dragagem, sinalização, barcos, cais e equipamentos. Os empresários preferem a rapidez dos caminhões enquanto eles aceitarem fretes por valores irreais – eles também precisam trabalhar para pagar contas.
Quando escuto que o nosso porto é um elefante branco, digo que paulistas e paranaenses fizeram a hidrovia Tietê-Paraná, gastando muitos milhões e causando danos enormes ao Pantanal, e tudo isso por quê? Sim, eles sabem que mais cedo ou mais tarde o Brasil vai parar de usar caminhões para transportar commodities a longas distâncias, viabilizando assim ferrovias e hidrovias. Talvez o capital chinês acelere esse processo.
Assim, conclamo todos a agradecerem diariamente o fato de abrir a torneira e sair água. Muitos municípios enfrentam há anos problemas de abastecimento e outros estão prestes e conhecer este drama, como a sempre invejada Santa Cruz do Sul. Rios estão secando, bem como barragens e lagos. Muitos açudes estão vazios, para a tristeza de produtores rurais que perderam pomares e lavouras. Outros veem o gado consumir o que resta de água e não sabem o que fazer se não chover muito e logo.
O Rio Jacuí não nos deixará na mão tão cedo, mas não damos a devida importância a este presente da natureza. É como o ar, só percebemos o quanto é precioso quando falta.
Boa sorte a todos.
Indústria gaúcha sofre
Levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), divulgado segunda-feira (27), revela que a indústria gaúcha deixou de comercializar R$ 180 milhões em média por dia como consequência da crise do coronavírus. O resultado foi obtido por meio do acompanhamento do valor das Notas Eletrônicas emitidas no Estado no período, divulgado semanalmente pela Receita Estadual.
Segundo a federação, os dados permitem estimar as perdas financeiras por conta da queda nas vendas da atividade econômica gaúcha durante a paralisação. “A redução na produção e nas vendas prejudica ainda mais a situação financeira das empresas, muitas delas ainda em recuperação da grande recessão de 2015-2016, o que pode provocar desemprego ou até mesmo o encerramento de atividades de algumas indústrias”, destaca o presidente Gilberto Porcello Petry.
CONSUMO EM QUEDA
De acordo com o Jornal do Comércio, como reflexo da diminuição do consumo em razão do isolamento social, as quatro últimas semanas foram de perdas expressivas para a economia gaúcha. Os dados mais recentes, notados de 11 a 17 de abril, revelam queda de 13,1% do valor médio diário de emissão de Notas Eletrônicas, na comparação com o mesmo período de 2019, e somam-se às perdas de 22,9%, 31,5% e 10,6% registradas nas três semanas anteriores.
Entre os três setores acompanhados pela Receita Estadual, a maior queda nas vendas na última semana ocorreu no Varejo (- 27,7%), seguido pelo Atacado (-21,8%) e pela Indústria (-16,6%). O montante que deixou de ser comercializado ajuda a dimensionar o prejuízo para o setor industrial: em média, a venda diária foi de R$ 697,83 milhões, ao passo que no período equivalente do ano passado foi de R$ 836,73 milhões, uma redução R$ 138,90 milhões. As maiores retrações foram nos segmentos de Couros e calçados (-72%), Móveis (-54%), Têxteis e confecções (-53%), Metalurgia (-49%) e Veículos (-47%).
RÁPIDAS S/A
- Filiais locais de redes de varejo estão tendo desempenho de vendas melhor que as localizadas em outras cidades neste período pós-reabertura do comércio. Pode ser que os poucos casos de covid-19 e nenhum óbito estejam influenciando o ânimo dos consumidores.
- Tenho observado pouca divulgação para vendas na segunda melhor data do varejo no ano, o Dia das Mães. Depois não adianta reclamar.
- Já que, na verdade, ninguém sabe o que está acontecendo e o que vai acontecer no mundo, os telejornais só nos dão duas opções: continuar assistindo ou desligar.
- Quando o vírus virou tema do “nós contra eles” o bom senso foi pra cucuia. As ruas estão cheias, o isolamento social é mais uma lei que não pegou. Em breve teremos a polícia parando pessoas sem autorização para sair de casa, como na Itália e Espanha.
- Era só o que faltava o vírus ter acabado também com a corrupção, algo tão cultivado desde que o Brasil ainda nem tinha este nome. Aí já seria demais!
- Dois dos três poderes governam o país, o outro faz coletivas, lives e selfies. Até Donald Trump critica o nosso Executivo. Asi pasan los dias...

Comments