Carlos Dreyer
- Magaiver Dias
- 25 de abr. de 2020
- 4 min de leitura
CACHOEIRA S/A
Por Carlos Dreyer – carlosedreyer@hotmail.com
"Quando nasce, o homem é fraco e flexível. Quando morre, é forte e rígido. A firmeza e a resistência são sinais de morte. A fraqueza e a flexibilidade são manifestações de vida.” Lao Tse
Carnes e carnês
Um bom exemplo como é possível não mudar nada e continuar vendendo são os açougues. Com raríssimas exceções, as casas que vendem carnes hoje são muito parecidas com as que vendiam carnes há 50 anos, e continuam vendendo. Além de aceitarem cartão de crédito, o que mudou de verdade? Os cortes são os mesmos, o azulejo branco na parede, aventais brancos, florescente no teto. A maioria dos consumidores segue igual comprando seu guisado, o churrasquinho do final de semana.
Outro exemplo são os carnês, estes mesmos que as pessoas ficaram aflitas por não conseguirem pagar porque as lojas estavam fechadas e fizeram enormes filas quando reabriram. Não é incrível que, em pleno século 21, o cliente precise ir à loja física para quitar a parcela mensal? Até água, outra que não mudou nada, pode ser paga no internet banking e nas lotéricas. “Ah, mas assim o consumidor é obrigado a voltar ao estabelecimento comercial e aí já faz novas compras”. Hein? Obrigado?
Com isso, pretendo levar uma reflexão aos empresários, e aos leitores que não são empresários, por que não? Reflexões são o que podemos fazer neste momento, onde há muito mais perguntas do que certezas. É quase consenso que vem aí o “novo normal”. Por muito tempo, ou até para sempre, a vida que tínhamos antes do vírus será outra. Aos poucos o confinamento social vai acabar, ou terminar e voltar várias vezes, ninguém sabe. Mas as pessoas terão aprendido muitas coisas na quarentena Entre elas, novos valores.
É possível que as tele-entregas substituam o consumo de lanches para muitas pessoas. Talvez, agora que aprenderam a comprar on-line, prefiram este sistema às lojas físicas. Muitos que hoje trabalham em home-office vão continuar fora dos escritórios. Outros, cuja ausência não fez nenhuma falta, serão disponibilizados ao mercado de trabalho – ou seja, demitidos.
Até o uso de máscaras na rua pode se tornar um hábito, como já existia em países orientais, sendo o Japão o mais famoso. O medo do contágio pelos vários tipos de vírus e bactérias pode persistir à covid-19, alterando costumes, formas de viver, de trabalhar e de comprar. Ignorar isto é demorar para agir e comer poeira depois.
Acredito que até comprar carnes e pagar com carnês será diferente neste admirável mundo novo, quem viver verá.
Boa sorte a todos.
Pequenos sem empréstimos
A pouca oferta de crédito é o maior problema enfrentado atualmente por empresas que precisam de caixa para atravessar o período de crise econômica provocada pelas medidas de restrição à circulação das pessoas tomadas pelo governo para conter o novo coronavírus no país, segundo o UOL Economia. Pesquisas da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas) e do Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo) apontam que mais de 90% dos empresários estão com dificuldades para levantar recursos junto aos bancos. Esses empréstimos são fundamentais, apontam as entidades, para enfrentar o problema mais crítico no curto prazo, que é a preservação de empregos.
Entre as micro e pequenas indústrias, o Simpi levantou que 91% não estão conseguindo acesso a crédito neste momento. E, entre os empresários que estão obtendo financiamento, apenas 3% conseguiram capital de giro novo, enquanto 4% estão tendo recursos por meio de linhas de crédito que já tinham antes da chegada da crise.
O levantamento, realizado com 208 empresas entre os dias 13 e 14 de abril, mostrou que uma parcela de 45% das empresas já registra aumento da taxa de inadimplência, ou seja, no número de calotes e na falta de pagamento, em relação aos registros de antes da pandemia. Para 42% dos empresários, a inadimplência se manteve igual a antes da crise, enquanto 13% não sofrem com o problema da inadimplência por enquanto.
RÁPIDAS S/A
- Daqui alguns dias o Guga Severo vai estar de volta à cidade, percebendo que é muito mais querido do que imaginava. Os cachoeirenses respiram mais aliviados porque o primeiro internado venceu o vírus e porque esta família que tanto contribui para o desenvolvimento do município continuará firme e forte.
- Há muitas faces na crise da Transportes Nossa Senhora das Graças. Não soube de ninguém até agora que lembrasse que o gestor municipal é responsável pelo equilíbrio financeiro do transporte público urbano de Cachoeira do Sul. Congelar o valor da tarifa pode parecer muito popular, mas a conta iria chegar, e chegou agravada pela redução do volume de passageiros pela quarentena – outra decisão do prefeito.
- O colunista sabe que o tema TNSG gera todo tipo de reação nos cachoeirenses, desde interesses políticos e eleitorais, invejas, ressentimentos e mágoas. Porém, só quem é atingido no dia a dia são os passageiros e funcionários, que não têm alternativas. Sofrem em veículos que deveriam ser renovados e não são porque há a eterna ameaça de licitação. E sofrerão mais ainda se o atendimento parar definitivamente.
- O presidente não consegue ver perder o protagonismo nos noticiários para o coronavírus e inventa uma novidade por semana, ou menos. “Falem mal, mas falem de mim”, como diz o antigo adágio. Perder seus dois ministros mais populares é menos importante que provar diariamente que quem manda é ele. Compartilhem sem dó.

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