Carlos Dreyer
- Magaiver Dias
- 19 de abr. de 2020
- 4 min de leitura
CACHOEIRA S/A
Por Carlos Dreyer – carlosedreyer@hotmail.com
“É preciso estar preparado desde já, porque as mudanças serão profundas e duradouras, e nós estamos apenas começando a entender o que tudo isso significa”. Peter Drucker (1909 – 2005)
Monotema II
Dou continuidade ao título da semana passada para responder a um leitor, que perguntou “Por que monotema?”. Ora, ninguém fala ou quer falar de outra coisa a não ser coronavírus. A imprensa leva a culpa, talvez nunca saibamos se real ou aumentada. Ah, “os interésses”, como dizia Brizola.
O comércio está reabrindo e parece que todos os problemas acabaram, só que não. Em primeiro lugar, porque esta medida vai durar pouco tempo, podem apostar. Os números de contaminados e de mortes vão subir (talvez subiriam de qualquer jeito) e vai fechar tudo de novo, pode ser que até mais.
Além disso, os consumidores estão assustados e o medo é o único real inibidor das vendas. É provável que as pessoas corram atrás de roupas e calçados de inverno, e só. Não há festas, aniversários, casamentos, vida noturna para motivar as compras de artigos da moda. Sem supérfluos para gastar, o dinheiro vai para os supermercados e as farmácias.
Como resultado, mais desemprego, mais inadimplência, mais empresas fechando. Por quanto tempo? Ninguém sabe. Dias difíceis, meus amigos. Só a vacina pode nos salvar e ela não vem tão cedo.
Na Europa foi assim, é assim. A nossa diferença para muitos países chama-se poupança. Os europeus e asiáticos viveram muitas crises em sua longa história. Aprenderam a economizar o que podem, desde crianças têm aulas de economia doméstica, fazem previdência privada, guardam dinheiro no banco.
A América do consumismo decidiu seguir os anúncios e aproveitar a vida, depois a gente vê. Como resultado, aguenta as contas por no máximo 30 dias. Chegaram os boletos, as prestações, as faturas dos cartões. Bateu o desespero. Não tem mais bico, venda de produtos de porta em porta, no intervalo das aulas, na porta das indústrias.
Pode piorar? O presidente pode se sentir liberado para copiar o seu ídolo Trump, que inicialmente ignorou a força da ameaça do vírus, mudou de ideia ao ver os caixões se acumulando e agora fala em retomar a vida normal. Lá e aqui os governadores e prefeitos têm contrariado o governo central. Uma das diferenças é que aqui o poder presidencial é menor.
Assim como contam os italianos, as primeiras semanas do isolamento social são encaradas como férias em casa. Depois, chega a realidade. Ninguém estava preparado para isso, muitos terão graves problemas psicológicos e depois físicos. Cuide deles, se puder. O tema único não vai mudar tão cedo.
Boa sorte a todos.
Sebrae oferece consultoria digital
Diante de uma nova realidade ocasionada pelo Coronavírus, que fechou o comércio e afetou diretamente as micro e pequenas empresas, o Sebrae RS passa a oferecer aos empreendedores uma solução de maior profundidade. Trata-se de consultorias em gestão no modelo digital.
As consultorias em gestão online são voltadas para micro e pequenas empresas e contam com 180 consultores especializados e têm como foco os temas: Estratégia e Planejamento em Momentos de Crise, através da análise de cenários e posicionamento do negócio, muitas vezes revendo seu modelo e forma de atuação; Finanças para otimizar recursos e planejar a atuação, após a crise; Pessoas a partir de processos para apoiar sua equipe, proporcionando um ambiente saudável para enfrentar as mudanças exigidas no momento atual; e Marketing e Vendas, que estrutura o perfil do seu cliente e a melhor forma de se comunicar para gerar negócios neste momento de Coronavírus.
O acesso às consultorias acontece de forma remota pelo atendimento telefônico ou pelo Whatsapp, pelo link bit.ly/whats-sebraers ou acessando o site sebraers.com.br/consultoriaonline.
RÁPIDAS S/A
- Sebrae identificou que entre as principais necessidades dos empreendedores hoje estão o capital de giro (50%), isenção de impostos e taxas (48%), carência para pagamento de impostos e taxas (31%), alternativas para diversificar produtos e serviços (29%), adequação de custos (26%), orientação sobre finanças (23%) e orientação sobre assuntos trabalhistas (13%).
- Boa parte dos pedidos para receber o “coronavoucher” veio de presídios, disse o ministro. Se este pessoal usasse a criatividade para o bem seríamos um país mais desenvolvido.
- Será que ninguém na esplanada dos ministérios sabia que a parte mais desfavorecida do país não tem CPF e que muitos dos que têm estão irregulares? Claro que iria dar aglomeração na frente da Receita Federal e da Caixa.
- Aproveito para homenagear os funcionários da Caixa Federal, pouco lembrados frente ao justo reconhecimento aos demais trabalhadores da chamada “linha de frente”. É nas portas da CEF que o povo vai bater, afinal é de lá que sai o dinheiro e são as únicas abertas.
- Os técnicos do governo federal vivem em um país onde todos têm smartphones, ótimo sinal de internet e bom conhecimento digital. No mundo real, vivemos onde os aplicativos falsos ficaram prontos antes do oficial, e muita gente caiu.
- O truque mais recente dos falsários é ligar para a casa das pessoas mentindo que estão fazendo a pesquisa do Ministério da Saúde, perguntando número de CPF, conta bancária e senhas, além de mandarem digitar um código, que dá acesso ao WhatsApp da vítima. Cuidado!
- Para quem chora a demissão do ministro Mandetta, lembre que em Brasília todos os políticos só pensam na próxima eleição. Todos! Agora vem a parte mais difícil da pandemia e ninguém quer ser o responsável pelas más notícias. Não há santos, mas uns são mais bobos que outros.

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