Florestas gaúchas sofrem menos com a seca
- Redação AN
- 15 de fev. de 2020
- 2 min de leitura

Lorenzo Melo, gerente técnico florestal da F&W Forestry, empresa de gestão de florestas | Foto: Divulgação
As chuvas ocorridas nas últimas semanas no Rio Grande do Sul deram um fôlego para muitas das culturas agrícolas, anuais e perenes que estavam sofrendo com as estiagem dos primeiros dias de 2020. O cultivo de florestas comerciais, a silvicultura, também sentiu essa estiagem, mas de forma mais amena que as demais. Isso se deve muito às questões naturais de resistência das árvores, mas também à adoção de práticas de manejo que visam reduzir a perda de umidade e consequentemente os percentuais de sobrevivência dos povoamentos mais jovens.
Em geral, não somente no Estado, mas também em outras regiões, os produtores levam em consideração os períodos mais favoráveis em termos de chuvas. E dessa forma, previnem as perdas pelo déficit hídrico e consequentemente, reduzem custos - já que em muitos casos não dispõem de estruturas de apoio e gestão como as grandes empresas reflorestadoras. No Rio Grande do Sul, usualmente, os plantios ocorrem entre os meses de março a outubro, em especial para as culturas mais suscetíveis às intempéries como o Eucalipto e a Acácia Negra. No caso do gênero Pinus, por ter uma maior resistência, o plantio pode ocorrer em períodos distintos, mas sempre observando o seu desempenho, pois em situações extremas também sofre diretamente com períodos longos de estiagem, principalmente nas idades iniciais de estabelecimento dos povoamentos.
A análise histórica de indicadores como a umidade relativa do ar, temperatura máxima média, precipitação e insolação total registradas no Estado auxiliam no planejamento, execução e manutenção dos plantios, pois visam prever e prover informações e dados que podem ser fundamentais para o sucesso do empreendimento. Em se tratando de silvicultura, este é um fator fundamental para que não se tenha nenhuma surpresa no futuro, já que os ciclos são mais longos quando comparado com as culturas anuais.
Dessa forma, pode-se direcionar e investir esforços e recursos na execução das atividades formadoras, como preparação do solo, adubação, correção de acidez e sistema viário, com base em premissas técnicas históricas concretas que visam subsidiar resultados futuros mais assertivos. Além disso, muitos produtores aproveitam esse período de pausa da silvicultura para se dedicar as suas outras culturas, o que enfatiza o caráter de diversificação das atividades, e consequente fonte de renda, na propriedade rural que a silvicultura contempla e pode proporcionar.
Vale lembrar que mesmo com tecnologia e análise de dados nem sempre é possível prever com exatidão a dinâmica do clima, por isso deve-se sempre levar em consideração do planejamento à execução os possíveis impactos e perdas. Por isso, sempre busque a ajuda, auxilio e recomendações de profissionais com expertise no mercado.
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