Novo julgamento dos acusados da morte de um empresário de Agudo será sexta-feira
- Redação AN
- 29 de jan. de 2020
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Foto: Divulgação
Após ter sido adiado, por duas vezes, em outubro e em novembro do ano passado, por questões envolvendo falta e abandono das sessões por parte de um dos réus e de sua defesa, está marcado para a próxima sexta-feira, 31 de janeiro, o júri popular do caso envolvendo o assassinato do empresário do setor de transportes Ediér Antônio Bernardini, torturado e morto há mais de sete anos. A sessão deve começar às 8h30min, no Fórum de Agudo.
Segundo o advogado assistente da acusação, Jorge Pohlmann, com 28 anos de experiência na área criminal, que vai atuar junto com o Ministério Público, todos os recursos na tentativa de um novo adiamento foram indeferidos pela Justiça local e, dessa vez, a solenidade deve seguir até o fim. O juiz Jonathan Cassou dos Santos pediu inclusive a presença do plantão da Defensoria Pública, que poderá ser acionada em caso de desistência por parte da defesa de algum dos réus.
- Até o último pedido da defesa, de desaforamento do processo (para que o júri ocorresse em outro município), realizado na segunda-feira, foi negado pela Justiça. Portanto, o caso será julgado em Agudo e segue com ou sem a presença de alguns dos réus ou abandono por parte da defesa deles, mesmo que juntem atestado médico, o que não seria nenhuma surpresa para nós - comenta Pohlmann.
Outra novidade em relação ao novo Júri envolve uma alteração recente na legislação que prevê que réus condenados a 15 ou mais de prisão comecem a cumprir a pena imediatamente após proferida a sentença, sendo conduzidos ao presídio e recorrendo da decisão presos.
O advogado assistente da acusação defende que os acusados sejam condenados pela pena máxima no crime, ou seja, 30 anos de prisão por homicídio qualificado, mediante a análise de quatro qualificadoras: motivo torpe e fútil; meio cruel e meio que dificultou a defesa da vítima.
Os réus
A investigação apontou como autores do assassinato do empresário Ediér Antônio Bernardini quatro réus, mas o processo foi dividido em duas partes. Na sexta-feira, serão julgados Rosangela Lipke, suspeita de ser a mandante do crime, e Valter André Silva Santos, que teria participado ativamente do assassinato e estava com um veículo da vítima. Na época, durante a investigação policial, os dois foram presos e, atualmente, estão respondendo o caso em liberdade em função da demora para a realização do julgamento. Os outros dois acusados de participação no crime: Diones Crumenauer dos Santos e Gelson da Silva Grigolo ficaram foragidos e só foram encontrados mais tarde – quando o processo já estava em fase adiantada e por isso deverão ser julgados posteriormente em data ainda indefinida.
Em outubro do ano passado, data do primeiro júri, diante da ausência da ré e de seu advogado, o julgamento foi adiado para o mês seguinte. Porém, em novembro, após 12 horas de solenidade, durante o intervalo, a ré alegou que estava passando mal e apresentou um atestado, ausentando-se do tribunal, e o júri acabou sendo cancelado.
O caso
A investigação apontou Rosangela como responsável pelo crime, ela havia tido um relacionamento anterior com a vítima e estaria exigindo dinheiro e bens do empresário, que havia registrado ocorrência policial em que relatou estar sendo ameaçado de morte pela acusada. O assassinato ocorreu no dia 30 de setembro de 2012, o empresário de 56 anos teria sido atacado, amarrado, torturado com lesões na face, tórax e pernas, e morreu em função de uma facada no abdômen, que atingiu o fígado e provocou hemorragia interna, conforme o laudo pericial. Ele foi encontrado morto e amarrado no portão do depósito da empresa, na localidade de Rincão do Mosquito, em Agudo.
Em princípio, a investigação considerou que poderia ser um caso de latrocínio, pois foram levados a carteira e um veículo do empresário. Porém, a polícia concluiu pelo homicídio qualificado e identificou que a ré havia planejado o crime com a participação dos outros três acusados. O veículo da vítima foi encontrado com o outro réu, Valter André Silva Santos. Os dois negam a participação no caso, mas foram indiciados no inquérito policial com base na quebra do sigilo telefônico, testemunhas que ouviram os quatros combinarem a ação e outros indícios. O Ministério Público acatou a investigação e denunciou os réus por homicídio qualificado.
O Julgamento
No próximo dia 31 de janeiro, o júri popular será presidido pelo magistrado Jonathan Cassou dos Santos e terá a participação de 7 jurados da comunidade. Devem ser ouvidas testemunhas, além do depoimento dos réus e dos debates da defesa e acusação. O julgamento pode terminar na noite desta sexta-feira ou se estender pela madrugada de sábado.
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