Nilton Santos
- Magaiver Dias
- 20 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
JOÃO 8:32
Na coluna passada tratei da mentira, hoje vou falar da verdade. Ao contrário dela, a verdade existe por si só, não está nem aí para o que pensamos ou inventamos. Cedo ou tarde o real emerge pulverizando tudo o que o negava. O manto cai, ficamos expostos ao julgamento dos outros, sensação desagradável para uns, para outros tanto faz, “não dá nada!”. Não creio que debaixo deste céu alguém que nunca mentiu. Todos aplicamos uma mentirinha de vez em quando. Vai de reunião urgente e imprevista, a morte da tia ou coisa muito pior, comprometedora. Estar do lado da verdade é como investir à longo prazo, aguentar firme a dificuldade mesmo diante da tentação do ganho fácil em curto tempo. Apostar na segurança do investimento seguro mesmo que demore.
Nesses tempos de cólera, o campo de batalha entre verdade e mentira no que nos chega a todo o momento está nos meios de informação. Atordoados por tanta notícia já não sabemos o que é real ou não, muitas das vezes comprando a verdade que nos conforta. Se estamos sendo enganados é uma coisa, outra é saber que falso e propagá-lo como se verdade fosse, o que nos torna sócios disso, nos equipara, nos tornamos também mentirosos. Para se manter no poder nossos governantes se especializaram em criar suas próprias verdades.
O que foi dito ou prometido, se esfumaça, logo substituído por outra falsidade num ciclo contínuo. No poder mentir é condição de sobrevivência. Como cedo ou tarde a verdade acha o caminho, muitos caem em desgraça, julgados e condenados pela opinião pública, alimentada por informações nem sempre verdadeiras. Não importa o que aconteça, dizer a verdade é um alívio para a alma. Vale as consequências.

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