Paulo Ribeiro
- Magaiver Dias
- 27 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
A rede da saudade
Devo estar dentro de quatro ou cinco grupos de WhatsApp, já fui participante de um número bem superior a isso, mas acabei estabelecendo um certo filtro pela óbvia questão de tempo disponível. A internet verdadeiramente revolucionou a comunicação, esse aplicativo compatível com nossos smartphones hoje se configura num dos principais elos de ligação, quer seja através de textos escritos, áudios ou mesmo chamadas de vídeo, esse último recurso uma espécie de milagre à luz dos olhos das gerações foram alfabetizadas em décadas passadas.
As redes sociais proporcionaram uma infinidade de reencontros entre pessoas cuja distância o tempo um dia acabou por separar. Eu, por exemplo, hoje tenho notícias de amigos que serviram ao Exército comigo, eles estão em várias partes do país. Durante essa semana que se encerra lamentamos muito a morte por afogamento de um soldado da unidade militar à qual servimos, tragédia que foi um convite para retornarmos ao túnel do tempo no velho lago onde construíamos pontes com todo o cuidado possível.
Cerca de dois anos atrás foi criado um grupo dos ex-colegas da Escola Vital Brasil no WhatsApp. Por ali relembramos histórias, procurando sempre manter acesa a chama da magia do tempo ao cultivar nossas raízes. É prazeroso poder separar as coisas, porque na verdade a internet não veio para preencher a lacuna deixada por ninguém, ela chegou foi para nos manter unidos e impedir que o marasmo da saudade pudesse fechar nossos olhos para um tempo que jamais voltará; a utopia alimenta nosso encanto.
Obviamente, nada substitui o valor presencial das pessoas que nos cercam. Mas nem por isso devemos ignorar a inclusão digital, trata-se de um caminho sem volta.

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