Nilton Santos
- Magaiver Dias
- 13 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
COISAS DO BRASIL
Ontem a Câmara dos Deputados aprovou com folga a reforma da previdência no primeiro turno. As imagens mostram os parlamentares que votaram a favor comemorando efusivamente a aprovação do texto básico, como se houvesse algum motivo para festejar. Em qualquer país do mundo a questão previdenciária é assunto delicado já que envolve equação extremamente complexa onde precisam ser equilibrados recursos e direitos de quem está aposentado ou irá se aposentar mais adiante. É indiscutível necessidade de mudanças sob pena de implosão do sistema. O que é discutível é que sobre quem mais necessita dos benefícios pagos pelo INSS é que recairá a maior parte da conta do trilhão que o governo pretende enxugar na próxima década.
A fórmula adotada por todos os governos quando o assunto é economizar é sempre a mesma: Os mais pobres pagam a conta! Pela proposta do governo, dentre outras medidas amargas, me chama a atenção que idosos e deficientes com renda familiar mensal de até R$ 238 terão de aguardar até os 70 anos para receber integralmente o Benefício de Prestação Continuada que hoje é de um salário mínimo. Pelo novo texto, deficientes e idosos carentes com 60 anos passaram a receber R$ 400, e se, apesar da penúria, conseguirem chegar aos 70 anos, passarão a receber um salário mínimo.
Se já era difícil passar o mês com um salário, imagina com quatrocentos reais! Penso que, mesmo que indispensável a reforma, não há motivos para festejá-la, ainda mais quando quem comemora a aprovação das novas regras não precisa dela pois já garantiu sua aposentadoria sem precisar aguardar 30 ou 35 anos de contribuição ou completar 60 ou 65 anos de idade. É paradoxal que quem decide sobre a previdência dela não precise. Coisas do Brasil....

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