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Paulo Ribeiro

  • Foto do escritor: Magaiver Dias
    Magaiver Dias
  • 8 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura

Ladeira abaixo

Me recordo de uma cena da qual provavelmente jamais esquecerei, estava em Viamão durante as férias, na casa de minha tia Rosa, que faleceu em 2006. Estávamos prestes a jantar, de repente faltou luz e tudo ficou na completa escuridão, tia Rosa corria de um lado para o outro, queria saber onde estava a chave para trancar a porta, aos gritos reclamava com suas três filhas, até descobrir através de palpação onde se encontrava a bendita: em cima da geladeira. Ligeiramente, enquanto clamava em alívio, ela foi e travou a porta. Eu, vindo do interior do estado, fiquei mais assustado com a atitude de minha tia do que propriamente sobre a escuridão repentina. No outro dia me contaram, já tinham sido assaltadas três vezes, os ladrões levaram tudo que podiam da casa. Nunca me esqueci desse tia, foi uma lição de vida.

Cerca de seis anos atrás numa caminhada com um sargento da Brigada Militar cruzamos em frente uma oficina mecânica, o pai do profissional cuidava do estabelecimento enquanto o filho socorria um cliente que havia ficado em apuros com seu carro em pane, disse- nos esse senhor: "Pelo certo eu nem precisava estar aqui, podia ficar aberto. Ninguém tem o direito de levar o que não lhe pertence". Na época, aquele senhor nos contou que durante sua infância nas imediações do estádio Joaquim Vidal sua família dormia de janelas abertas durante o verão.

Confesso que até hoje tenho dificuldades em aceitar a violação alheia, cada um devia se contentar com aquilo que por merecimento tem ao seu alcance.

Vivemos tempos conturbados, cada vez mais. Mas sempre que me deparo com situações de roubos a casas me lembro de minha tia Rosa com sua preocupação na região Metropolitana de Porto Alegre, o zelo dela com seu patrimônio hoje atinge todas as cidades, o crime se alastrou por todos os lugares. Estamos presos dentro de nossas residências à mercê do medo, e os bandidos estão soltos, alguns deles monitorados por tornozeleira eletrônica, dispositivo digital que segue o mesmo déficit das vagas nos presídios.

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