Cleber Lima
- Magaiver Dias
- 28 de jun. de 2019
- 3 min de leitura
O Amor em Sete Passos
Nos últimos dias andei lendo um artigo publicado numa revista de filosofia, o qual apresentava uma breve explanação sobre a experiência do Amor, na obra de Platão – Banquete. Segundo este pensador, o amor constitui um processo de elevação do nível individual para o coletivo, do particular para o universal... Mas, para que isso aconteça, alguns passos se fazem necessários até que se atinja o ápice deste sentimento. Foi aí que agreguei àquele pensamento minhas observações sobre a temática.
À medida que lia, analisava se eu já não havia passado por tais estágios também. E, assim, instigado a provocar o leitor, faço a proposta para que o mesmo reflita a cerca do que propõe Platão.
Segundo consta, o primeiro passo do amor está ligado ao encantamento pela beleza física do/da amante (no sentido mais puro da palavra). Este seria o estopim para o interesse em aproximar-se do outro e buscar um contato, com fins de um relacionamento. E aqui cabe a pergunta: não é o que vemos sendo proposto como o item mais importante para a concretização de uma relação? Não são estes os estereótipos que a mídia demonstra como o ideal de uma relação? E, realmente é a beleza física somente o pilar central para garantia de um amor verdadeiro? A resposta é fácil, mas então porque se corre atrás do rejuvenescimento, do corpo perfeito, das plásticas, etc?
A seguir, o segundo passo revela a busca pela mesma beleza no outro, procurando assim, todas as formas belas existentes nos seres humanos. Pois, conforme o pensamento de Platão, a beleza que existe em um ente é irmã da beleza do outro.
O terceiro passo é caracterizado pelo amor que se encanta com a beleza da alma, independente da forma física. Aqui remonto aos amores virtuais, conversas em sites de relacionamento, os quais, inúmeras vezes revelam pessoas interessantes, de saberes encantadores, que instigam o imaginário, mas que, quando revelada à face, muitas vezes não corresponde à figura platônica que criamos. Podemos dizer então que este ângulo sobre o amor caminha de mãos dadas com o item seguinte.
No quarto passo, o amor se revela como aquele admirador das boas práticas, das leis e ofícios que busquem o belo. Neste âmbito a beleza já não está mais ligada aos aspectos físicos, os valores passam a determinar o conceito de beleza. É possível observar no terceiro e quarto passos a exigência de uma visão madura sobre relacionamento. E, confesso que esta ótica pertence, em grande maioria, as mulheres. Elas amadurecem mais cedo e, portanto, avançam com mais veemência nesta área. É um amor maternal!
O Quinto passo revela o amor pela justiça e as instituições que prezam por ela. Governo, cultura e demais espaços que promovam a harmonia. É notória a evolução aqui, do universo restrito e particular de cada um, para o macro, para um mundo filosófico. Troca-se o instinto pela razão.
O sexto passo do amor revela o desejo da compreensão do que é essencial. Nesta etapa o amor se une à alma através do saber, revelando assim, a atividade filosófica em sua práxis. E, concluindo a jornada, o sétimo passo anuncia a ideia do próprio Amor. O reconhecimento do belo em si próprio e a ação de transmitir essa beleza a todos os entes que compõem o universo que cerca a cada um.
Amar é ir além, é promover mudança, é buscar o transcendente, o que há de melhor em nosso interior, no mais íntimo de nosso ser. E, com isso, é possível ver que o provérbio popular, “só o amor constrói”, tem sua raiz em reflexões como as de Platão. Assim, vale lembrar: Amar nunca é demais!
Um feliz e abençoado final de semana para todos!

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