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Cleber Lima

  • Foto do escritor: Magaiver Dias
    Magaiver Dias
  • 14 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

Debater é preciso!

Em conversas com amigos nos últimos dias, debatia sobre aspectos do conhecimento e sua construção, de como isso ocorre, de como podemos incitar melhorias e provocar a desacomodação das mentes.

Ao longo do debate algumas referências eram feitas e dentre estas, a Arte se mostrou como um caminho profícuo para a disseminação do saber. Foi onde iniciei a reflexão desta coluna.

Ao longo dos séculos foram as Artes o veículo sutil utilizado para a exposição dos pensamentos mais íntimos, posições políticas, ideais revolucionários, denúncias e sugestões. Foram as personagens criadas na mente humana quem disseram a verdade, quando o ator ou o autor não podiam fazê-lo. Na pintura, na dança, na música, no teatro, em todos os campos das Artes foi lá que a resposta para o que a sociedade sentia, foi revelado de forma nua, sem pudor.

Com esta posição crítica a Arte passou a ser o instrumento de formação cultural, pois conduz, de forma lúdica, o pensamento humano ao senso crítico. Não é a toa que esta área, assim como a Educação, não é tida como prioridade – faz parte do discurso, recursos existem (quando não tolhidos), mas o acesso a eles é burocrático e difícil, o que leva quem procura a desistir frente a tantos entraves.

Exemplos da Arte como espaço para as angústias da alma humana são vários: Guernica de Pablo Picasso, Abapuru de Tarcila do Amaral, O Grito de Edvard Munch e tantas outras. Por revelar aquilo que muitos não queriam ver, a Arte sofreu perseguições e foi punida, castrada, calada, mutilada... Na década de setenta, Roque Santeiro foi considerado inadequado por que apresentava vocabulário chulo e cenas “promíscuas” e, o principal, desconstruía a imagem do herói, criado ficcionalmente, para fins do Ter, Poder e Prazer – o “medalheiro” que enriqueceu sob a imagem do santo, o governo alicerçado na figura de um mártir e a viúva que nunca casou com o defunto. No entanto, a obra revelava ainda, mudanças sociais nos mais variados campos, tais como, a divisão interna da Igreja Católica a qual possuía uma ala tradicional e outra liberal (Teologia da Libertação) crescente na América Latina... E, de forma debochada as figuras representavam uma fatia da realidade vigente. O coronelismo que o país vivenciava era vislumbrado nas perucas de Lima Duarte – “Tô certo, ou tô errado?” – na personagem de Sinhozinho Malta. A saúde do país estava nas curas de Beato Salú (Nelson Dantas), uma vez que o Estado era falho em sua responsabilidade. Interessante o nome da personagem: Salú. Curioso que o termo saúde em latim é Salus... Salú. O que nos leva a observar que na Arte não existem acasos, existem estudos!

Nostalgias a parte, é imprescindível que tenhamos um olhar mais crítico e o melhor caminho ainda é a Arte! Quem sabe sejamos capazes, assim, de reconhecer que a recíproca: “A Arte imita a vida.” tenha seu fundo de verdade?

Dedico esta coluna para todos os Artistas, em suas mais infinitas áreas: Escritores, Músicos, Comunicadores, Escultores, Dançarinos, Pintores, Atores, enfim, todos aqueles e aquelas que utilizam desta ferramenta para expressar sua visão de mundo e talvez provocar a sensibilidade de mudança.

Um feliz e abençoado final de semana para todos!

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