Nilton Santos
- Magaiver Dias
- 7 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
AH, O MENINO NEY..
Muitas das vezes a diferença entre céu e inferno está na qualidade da assessoria. Nesta semana Neymar postou vídeo se defendendo da acusação de estupro. No mesmo ato postou imagens de conversas mantidas com a mulher que o acusa, convidando-a para ir à Paris. Buscou no ataque fazer sua defesa. Não vou entrar no mérito sobre quem está dizendo a verdade ou não, até porque, com exceção dos dois, ninguém sabe o que aconteceu entre quatro paredes na capital da França.
O que chamou a atenção é a falta de orientação de quem, como empresa que é cercado de assessores que lhe dizem desde o que falar até o que vestir, não o tenham alertado antes que cometesse tamanha besteira. Achando que daria um drible desconcertante na moça, esqueceu que o jogo fora das quatro linhas é outro. Deu uma tremenda bola fora no momento em que passou a acusar tentativa de extorsão, publicando fotos íntimas dela para os mais de cem milhões que o seguem nas redes sociais.
Será que ninguém assoprou ouvido desse rapaz que dentre os seus seguidores muitos são crianças? Não o alertaram da gravidade das acusações que lhe pesam? Pelo jeito não. Neymar, por suas atitudes, pela ostentação e pouco futebol nos últimos tempos, perdido, vê seu prestigio em queda livre. Impossível nessa hora não fazer comparação. Lembro do Zico, ídolo do Flamengo nos anos oitenta.
O Galinho, mesmo no auge da fama, jamais esnobou quem quer que seja. Tinha perfeita noção da responsabilidade de ser ídolo e que, ao invés de gozar a fama, devia antes dar o exemplo dentro e fora do campo. Que dignidade não se compra. Neymar, cercado de bajuladores que chama de parças, se recusa a crescer, prefere ser sempre o menino Ney, que a cada arte que faz corre se esconde agarrado às calças do pai.

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