Paulo Ribeiro
- Paulo Ribeiro
- 10 de mai. de 2019
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Mobilidade humana
Cachoeira do Sul adora uma polêmica, em vários momentos nos dividimos ultrapassando os limites do debate saudável para a troca de ofensas. A discussão da vez é a casinha das cinco esquinas, a Prefeitura diz que pretende executar a desapropriação para dar um novo layout ao cruzamento, mas os adeptos de sua preservação ganham forças, inclusive da comunidade acadêmica.
Temos problemas em nossa mobilidade urbana, isso é notório em função do constante aumento da frota que circula no mesmo espaço de outrora, quando o número de veículos era quarenta, cinquenta por cento menor. Por conta disso, surgiu também a proposta de um estacionamento rotativo pago no Centro, onde hoje é muita sorte para poder estacionar; novamente nos dividimos, democraticamente qualquer cidadão pode ser contra ou a favor. Com a frota em constante crescimento se a cidade não se projetar num futuro próximo tudo pode parar. Nesse universo de discussões onde todos se julgam donos da razão chama a atenção a dependência humana dos veículos, mesmo em pequenos trechos muitos se recusam a andar a pé.
Conheço amigos que se recusam a caminhar uma quadra, preferem irem de carro. A discussão de caminhar a pé sempre que possível praticamente não entra em debate. Os carros não são extensões de nossos corpos, as pernas sim. Ao invés de ficarmos debatendo apenas a mobilidade urbana dentro de todo um contexto amplo, deveríamos incluir a rota da mobilidade humana, a mais simples de todas, com vários benefícios para a saúde, além de gerar economia para seu bolso. Não nascemos acoplados a carros para dependermos deles integralmente. Menos stress, se possível for: vá a pé.

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