Cleber Lima

Eternidade

Os principais líderes das civilizações do mundo antigo possuíam um desejo de eternidade. Dedicaram, em grande parte, suas vidas nas construções de templos e monumentos que lhes fizessem eternos. Pirâmides, arcos, colossos, jardins, tudo pelo desejo de jamais ser esquecido.

A maior de todas as edificações não se encontra somente nas obras magníficas que embebedam os olhos de quem as admira, mas sim, em gente. Todas as edificações realizadas pelo Homem em sua evolução só foram possíveis porque haviam pessoas envolvidas. E pessoas que sonhavam!

Quando chegam às escolas, as crianças são como torrões de carvão. Estão cobertos por uma capa escura que não lhes permite mostrar o diamante que ali se esconde. O desafio de lapidar esta pedra bruta e transformá-la em objeto de beleza e desejo cabe a pessoas simples, que muitas vezes, não demonstram a sabedoria que possuem. Quando se ensina algo para alguém, passamos a viver no outro e, assim, não morremos jamais. Ser Professor é ter a possibilidade de proporcionar aos alunos as ferramentas necessárias para que este seja capaz de discernir e, portanto, tenha a possibilidade de se realizar enquanto pessoa.

São os pequenos atos destes Mestres que moldam, educam, cativam, enobrecem e formam pequenos cidadãos que amanhã em uma loja ou espaço qualquer, sorrirá e lembrará daqueles rápidos meses de aula, que lhe marcaram a vida e por conseguinte daquele ou daquela que lhes conduziu por veredas nunca antes trilhadas.

A eternidade humana sempre estará segura quando, num pequeno gesto, uma criança aprender conosco – seja com o papel de bala jogado no lixo, ao atravessar na faixa de segurança ou no levantar-se para ceder o lugar ao mais velho. O resgate destes valores é o passaporte de uma sociedade segura, fraterna e fecunda.